História e o Projeto Integrador

   A doação de sesmarias era um ato político de Portugal, empregado no século XIV, durante os anos de colonização brasileira. O termo "sesmaria" era usado para todo aquele terreno pertencente á coroa portuguesa onde não tinha o desenvolvimento de atividades econômicas ou a ocupação do espaço colonial. Assim sendo "sesmaria" um lote de terras, inculto ou abandonado, cedido pelos reis de Portugal aos sesmeiros dispostos a cultiva-los.
   Por volta do ano de 1708, Lourenço Alves Feitosa recebeu uma sesmaria localizada às margens do rio Jucás, onde estabeleceu sua fazenda de gado. Em 1724 novas sesmarias foram doadas, mais uma vez Lourenço foi agraciado, porém dessa vez as terras eram numa faixa extensa do sertão dos Inhamuns. Outros fazendeiros também foram beneficiados e receberam sesmarias da coroa, entre eles estava o Capitão Geraldo Monte que recebeu suas terras às margens do Rio Jaguaribe. Dessa forma, Lourenço e Geraldo, os sesmeiros que com o passar do tempo tornaram-se os homens mais ricos da região e ficaram conhecidos como os coronéis do sertão, logo após, tornaram-se inimigos e tratavam uma longa batalha sangrenta entre as famílias Feitosa e Montes, disputavam as grandes extensões de terra da região. Acontece que bem antes dos colonizadores chegarem nos sertões dos Inhamuns, já existiam outros habitantes,  tribos de índios valentes (Os Jucás e os Genipapos) . Os Jucás viviam aldeados em Arneiroz e os Genipapos próximo a fronteira do Piauí. Em meio a essa briga as tribos foram rendidas e obrigadas a ajudar na defesa das famílias, ficaram uma de cada lado; Jucás do lado dos Feitosa e os Genipapos do lado dos Montes. A luta continuou e a briga passou a ser cada vez mais sangrenta, outras famílias foram chegando e também se envolveram na briga, daí então a ocupação das terras do sertão dos Inhamuns se deu com a caça, prisão, morte e domesticação dos índios, e um etnocídio.
  Em meados de 1762, com a construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, várias residências foram levantadas ao redor, surgindo assim um povoado onde finalmente a paz começa a reinar. O povoado foi elevado a categoria de Vila São João do Príncipe, e com o passar do tempo cresceu e se tornou cidade pela Lei Estadual n° 2.677, recebendo o nome de Tauá. Apesar de todas as dificuldades marcadas pela luta de um povo em meio aos desafios, a cidade de modificou e o que antes era uma pequena vila, passou a ser uma bela cidade. Um de seus principais pontos é o Museu Regional dos Inhamuns que levou Tauá a ser conhecido como o berço da civilização pré-histórica. O Museu exibe peças importantíssimas da nossa história é antiguidade, fósseis de peixes com mais de 110 milhões de anos, ossos de mastodonte, tatus e preguiças gigantes, artefatos criados pelos índios Jucás. Também conta e retrata o ciclo do couro no sertão, um período em que a nossa economia dependia prioritariamente da criação do gado para a a produção do couro e também do Chargue. O Museu tem um acervo arqueológico e paleontológico com aproximadamente 1800 peças catalogadas, são peças raras que comprovam a história do povo e da nossa região. Algumas peças já foram expostas em museus internacionais (Toronto no Canadá) além das pinturas e inscrições rupestres que foram e continuam sendo destaques em grandes estudos, feitos por estudiosos no mundo todo levando o nome de Tauá, conhecido como um dos mais importantes para o estudo da civilização histórica de todos os tempos, devido a originalidade e comprovação de seus achados arqueológicos.
   O município de Tauá é a sede regional dos Inhamuns, conhecida como a princesa dos Inhamuns e exerce sobre as demais regiões uma forte influência econômica e política, fornecendo lideranças que as representam no âmbito estadual e federal. O domínio político é estratégico na conquista de votos da região, pois através desse controle da Prefeitura e da Câmara Municipal, as elites conseguem estender a base para as demais cidades em torno da região. A influência política no poder executivo e legislativo em Tauá possibilita a projeção no colégio eleitoral dos Inhamuns. Detecta-se a existência de poucos ciclos de poder na região: Feitosa (Lourenço Feitosa 1889-1930) exerceram o poder absoluto durante anos. os Marques (Joel Marques 1930-1945); Antônio Câmara e Júlio Rêgo (domínio de 20 anos), Domingos Filho e Idemar Citó que lideram até hoje, principalmente Domingos que teve sua esposa dando segmento ao domínio, Patrícia Aguiar foi eleita por três mandatos consecutivos e ainda manteve o domínio político na pessoa de Odilon Aguiar, seu primo que assumiu durante os anos 2001, 2004, 2005-2008 e 2012-2016). Em 2017 o cenário político mudou e começou um novo ciclo na gestão de Carlos Windson Cavalcante Mota, apoiado por Audic Mota, seu primo.
   As principais atividades econômicas de Tauá tem como destaque a agricultura e a pecuária. Sérios problemas de ordem climática dificultam o melhor desenvolvimento da nossa região. Infelizmente a agricultura ainda é feito tradicionalmente com broca e queima do sol essa prática traz um grande prejuízo para o solo e também para a vegetação. Município é considerada a cidade do carneiro e do gato devido à enorme criação no meio rural e a grande aceitação do produto tanto a nível local como nacional. Nas décadas de 70 e 80 a principal fonte de renda foi o algodão mas foi comprometido por uma praga chamada Bicudo do algodão que devastou a plantação.
   Tauá é um município com rico patrimônio cultural expressa através das vaquejadas, reisados, festas juninas, festas religiosas, literatura de cordel, teatro popular, artesanato e grupos quilombolas. A cultura e a arte fazem parte da história humana, você reproduz cultura expressando seus pensamentos, sentimentos, habilidades, através de expressões de talento e de arte, portanto ao se fazer cultura e arte o povo tauaense tem uma diversidade cultural rica e participa ativamente dela usando essa expressão também para momentos de alegria e lazer.

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